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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto:  https://www.escritores.org/biografias/17848-barreto-luis-angel 

 

LUIS ÁNGEL BARRETO

( VENEZUELA )

 

LUIS ÁNGEL BARRETO (Venezuela, 1979) 
Mestre em Filosofia pela Universidade de Zulia.
Atualmente está cursando doutorado em Línguas e Literaturas Românicas na Universidade de Cincinnati. Vencedor do Grande Concurso de Artes e Letras 2006. Finalista do III Prêmio Internacional La Garúa de Poesia Jovem 2007 em Barcelona, ​​​​Espanha.
Finalista do II Pr
êmio Internacional de Poesia Jovellanos de Gijón 2015.
Vencedor do Pr
êmio Estímulo Literário Andrés Mariño Palacio em 2008. Publicou as coletâneas de poemas Arqueología de olores (2007) e As Máquinas Simples (2014), ambas do El Perro. Fundação Editorial e The Frog na Venezuela.

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  -  TEXTOS EM PORTUGUÊS

 

AMANECIERON DE BALA – Panorama actual de la joven poesía venezolana. ANTOLOGIA.  Caracas: El perro y la rana , 2007.  306 p. ISBN: 978-980-396-832-8
Exemplar biblioteca de Antonio Miranda

 

Pertenencias

Tienes un obús humeante
tienes unas calles
tienes tres ciudades a oscuras
tienes un muerto, un cadáver persa.
Tienes una gota de agua en la cara
tienes varios peldaños de una escalera.
Tienes todos los ojos cerrados.
Tienes la madrugada con todas sus horas cortas
tienes una infinidad de días.
Tienes un iluso soplador de Murano.
Tienes la lluvia, todas las lluvias.
Tienes un clarín que no suena
tienes prisioneros de plomo
la desesperación estática de ajedrez
la manía de mirar al cielo,
Tienes la verticalidad de un susto
tienes todos los jardines.
Tienes una perla debajo de la lengua.
Tienes la lejanía.
Pero, a pesar de todo eso
eres bastante parecida a las batallas perdidas.


Adivinanza

Qué es por dentro rojo
por tierra, oscuro tornasol, como pluma
áspero hacia arriba, hacia abajo suave amasijo
salado, luego dulce, luego salado de nuevo.
Atravesado desde arriba
tajado con un corte vertical a veces oculto
húmedo de negra humedad
siempre percutido, siempre hurgado con mano impaciente
en ocasiones, usado como máscara de oxígeno
o como edredón tibio de carne
si no hay prisa puede servir para dar olor a las estancias.
Puede ser probado maduro o verdoso
de mañana o de tarde
sumergido en líquidos
o escurrido sobre cualquier superficie con manteles o sábanas.
Los hay también de otros colores, de otros relieves.
Tiene agua y no es río.
Tiene oscuridad y no es noche.
¿Qué es?

 

Ombligo

Y abajo
cuenca baldía sin ojo
sin mirada móvil
sin gesto
Pasivo hueco recipiente de aguas
cenicero
vaso escondido
oscuro cilindro por dentro
sol ciego y marrón.
Faro en la noche
faro de lejos.
Volcán del vientre
boca que abre
tumba abierta a ras de sexo.
¿Dónde está lo que allí falta?
Cuenca sin ojo y si gusano
hueco yerto perfecto donde ningún ojo aparece.



Fuego

¿Adónde van esos hombres viejos
que caminan, sin relojes, por las plazas?
Esos que caminan encorcovados
como si algún fuego cercano empezara a derretirlos
como si estuvieren hechos de cera de vela
con la mirada fija o con los ojos cerrados
sin expresión alguna
como apurados en llegar
que no mastican ni cantan
ni los detienen esquinas o voces
sólo marchan
hacia allá,
 ¿A dónde van con ese precipitado paso tan lento?
¿Será que van retrasados a ese sitio?
¿Quién los espera?
¿Qué fuego es ese que, por más que queme
a él caminan sin sueño ni fatiga?



TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA


Pertences

Tens um obús fumegante
tens umas ruas
tens três cidades às escuras
tens um morto, um cadáver persa.
Tens uma gota de água na cara
tens vários passos de uma escada.
Tens todos os ojos cerrados.
Tenes a madrugada com todas as suas horas curtas
tenes uma infinidade de dias.
Tens um sonhador soprador de Murano.
Tens a chuva, todas as chuvas.
Tens um clarin que não soa
tens prisioneiros de chumbo
o desespero estático de xadrez
a mania de mirar o céu,
Tens a verticalidade de um susto
tens todos os jardins.
Tens una pérola debaixo da língua.
Tens a distância.
Mas, apesar de tudo isso
és bastante parecida às batalhas perdidas.



Enigma

Que é por dentro rubro
por terra, escuro tornassol, como pluma
áspero para cima, para baixo suave massa
salgada, depois doce, depois salgado de novo.
Atravessado desde acima
fatiado com um corte vertical às vezes oculto
úmido de negra umidade
sempre sofrido, sempre mexido por mão impaciente
em ocasiões, usado como máscara de oxigênio
ou como edredom morno de carne
se não tem pressa pode servir para dar odor às estâncias.
Pode ser provado maduro ou esverdeado
de manhã ou de tarde
mergulhado em líquidos
ou escorrido sobre qualquer superfície com toalhas ou lençóis.
Existem também de outras cores, com outros relevos.
Tem água mas não é rio.
Tem escuridão mas não é noite.
O que é?

 

 Umbigo

E abaixo
bacia devastada sem olho
sem olhar móvil
sem gesto
Passivo oco recipiente de águas
cinzeiro
vaso escondido
escuro cilindro por dentro
sol cego e marrom.
Farol na noite
farol de longe.
Vulcão do ventre
boca que abre
túmulo aberto a nível de sexo.
Onde está o que falta ali?
Bacia sem olho e sem verme
oco genro perfeito onde nenhum olho aparece.



Fogo

Aonde vão estes homens velhos
que caminham, sem relógios, pelas praças?
Esses que caminham corcovados
como se algum fogo próximo cosmeçasse a derretê-los
como se fossem feitos de cera de vela
com o olhar fixo ou com os olhos fechados
sem expressão alguma
como apressados em chegar
que não mastigam nem cantam
nem os detém esquinas ou vozes
apenas marcham
até lá,
 Aonde vão com esse precipitado passo tão lento?
Será que vão atrasados a esse lugar?
Quem os espera?
Que fogo é esse que, por mais que queime
a ele caminham sem sonho nem fadiga?

 

*
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Página publicada em agosto de 2024


 

 

 
 
 
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